terça-feira, 27 de outubro de 2009



Hoje,única e exclusivamente,não contarei nenhuma história mirabolante (ou não) que aconteceu comigo. Não,eu ainda não terminei de contar a viagem de Salvador,mas,outro dia,outro momento em outro lugar eu a termino. A história de hoje,conta de duas pessoas.Duas crianças para ser mais exata. Ela,12 anos.Ele,aparentava ter mais ou menos isso também.Eram vizinhos e ele sabia fazer pipas.As mais lindas que ela já tinha visto.Gostava de o observar pela janela de seu quarto, todo fim de tarde quando ia para a frente de sua casa empiná-las. Ele não sabia,mas o sonho dela era saber fazer uma. E por que ela não pedia? Vergonha. Medo de receber um não,talvez.Nunca haviam trocado uma palavra. O fato é,que essa rotina de observá-lo todos os dias durou exatamente 7 meses. Ele nunca se cansava de exibir suas pipas,ela nunca cansava de o observar. Mas um dia isso acabou.Infelizmente de forma trágica,o destino não foi muito gentil com ele. Os detalhes não importam,o que interessa a você saber é que ele foi atropelado em um desses fins de tarde. Ele morreu e ela,que viu tudo,não saiu de casa por exatos 7 dias.Ficou em estado de choque,se pôs a chorar todo finzinho de tarde,justamente na hora que ele costumava exibir a pipa,em frente a sua casa.Ela não sabia o nome dele,sua idade,não conhecia sua família,nunca tinha trocado uma palavra sequer,mas suas lágrimas eram tão verdadeiras que ele parecia ser parte dela,e que,ao morrer,parecia ter levado parte de sua essência consigo. O que eu soube,é que a partir daquele dia,ela perdeu o seu interesse por Pipas,e desencanou do seu sonho bobo de um dia aprender a fazê-las.Os anos se passaram,e agora,ela,que já tinha 19 anos,tinha deixado o tempo se encarregar de apagar algumas lembranças antigas.Inclusive a dele. Não que ela quisesse,mas 7 anos haviam se passado,e muita coisa há havia acontecido desde então. Ela cursava Ecologia,e,certo dia,dia esse que tinha tudo para ser mais um rotineiro dia,enquanto ia para faculdade,e atravessava o mesmo sinal que já atravessava toda manhã,não percebeu quando um carro vinha em alta velocidade cruzando a rua. Essa história poderia terminar aqui,com ela também sendo atropelada. Poderia mesmo. Mas só se ele não tivesse aparecido.Não,o ELE de agora não é o mesmo do começo da história. Mas foi o responsável por puxá-la e salvá-la de ser atropelada também. Ele,parecia ter o mesmo olhar que o outro ele. Um olhar profundo e um sorriso puro.Ela poderia tê-lo deixado partir,sem falar nada além de um "obrigada." Mas ela havia aprendido a lição. Deixou a timidez que um dia a tinha deixado de conversar com o menino do começo da história e fora a responsável por a ter feito nunca realizar o sonho da mesma de aprender a fazer pipas.Ele tinha a mesma idade que ela e pasmem: estudava na mesma faculdade. Coincidência?Destino? Não faço idéia. O que eu sei,é que essa história não terminou por aqui.Ouvi dizer que estão juntos,não sei há quanto tempo,mas isso não importa. Ele não consegue viver sem ela,e ela,não imagina mais a sua vida sem ele.Dia desses,decidiram bater na porta do vizinho dela,aquele mesmo que havia morrido há 7 anos atrás. Decidiram conversar com a família do mesmo,que,passado todo esse tempo,ainda sofria muito com a perda do garoto.A família contou que ele se chamava João Victor,tinha 12 anos e que,naquela tarde,pouco antes da sua morte,havia decidido ir na papelaria comprar material para a confeccção de mais uma pipa.Sim,ele estava decidido a,naquele fim de tarde ir conversar com a menina que,apesar de tímida,aparentava ter interesse por pipas. Por ironia do destino,ele morreu antes que pudessem trocar as primeiras palavras. Ao ouvir essa história,os olhos dela se encheram de lágrimas.Seu namorado apertou-lhe forte a mão. Saíram de lá emocionados,confusos e com uma certeza: no futuro,quando tiverem um filho,lhe darão o nome de João Victor.Prometeram fazer visitas semanais aquela família que tanto sofria. Ele morreu,sem nunca falar com ela. Ela não falou com ele,até que ele morreu.O namorado dela,por sorte,sabia tudo de pipas,tornando real o sonho dela. Mas,o fato é,nem sempre você terá uma segunda chance de tornar real o seu sonho. Nunca deixe que o medo de errar impeça que você jogue.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Confesso que pensei em deletar esse blog.Não,eu não deixei de gostar de escrever,nem perdi a paciência de postar.Talvez tenha sido a ausência de tempo,visto que as faculdades têm ocupado bastante os meus dias ultimamente.No entanto,porém,todavia,maaaaaaaans...após ouvir pessoas que eu nem sabia que liam o meu blog (muito menos que se importassem com ele)perguntando porque eu tinha parado de escrever,mudei de idéia e optei por não deletá-lo e sim atualizá-lo.Sendo assim,apresento-os o Enearte parte 2. Muito obrigada a todos que gastam minutinhos preciosos de suas vidas lendo os meus textos e que gostam (ou não) deles.


Pois bem. Após eu perceber que estávamos indo pelo caminho errado(ok,eu só percebi isso porque liguei pra minha amiga),avisei ao motorista,que disse que se eu tivesse avisado uns cinco minutinhos depois,teríamos perdido o retorno e iríamos parar lá no outro lado de Salvador. Tenso isso.MAAAAAAAAAAAAAAAAANS,graças a Jah (e a minha amiga),depois de aproximadamente uma hora chegamos ao alojamento.Dizem que a primeira impressão é a que fica,e o pior é que ficou mesmo.Um calor infernal e trocentas mil barracas que pareciam tornar falha a lei física de que 2 corpos não podem ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo. E por falar em calor,lá estava eu: de calça jeans,camiseta preta e um casaco de lã (eu disse de LÃÃÃÃ!!!!!!!) amarrado de cintura,na maior pinta de turista que ia pra qualquer lugar menos pra um acampamento,dormir 1 semana em uma barraca instalada em um acimentado.E como se não bastasse tudo isso,fiquei pra cima e pra baixo com a minha mochilona nas costas (uma tartaruga ninja todinha) à procura das minhas companheiras de barraca,que haviam sumido no meio daquela multidão de estudantes de arte (sim,elas chegaram em Salvador 1 dia antes de mim)e estavam com a chave da barraca. E onde elas estavam? Na FILA. Uma fila marasensual embaixo de um calor surreal que me aguardava para fazer o credenciamento. ê laiá,que maravilha!Mas ok,depois de feito o credenciamento,o que eu mais queria naquele momento era um banho. E qual não foi a minha surpresa quando TXARAN,mais uma fila para tomar banho. Nem vou falar das condições do banheiro porque sabe como é né? Alguém pode estar comendo enquanto lê esse texto. O que é importante lembrar é que a água banho acabava constantemente,ou seja,era banho com emoção,visto que você ficava sempre com a expectativa de "vai ou não vai ter água hoje?".Por hoje é só. Tô cansada demais pra terminar hoje e é muita coisa pra dizer hahahahah fui.


Ps: O que eu falo do Enearte é verdade mas é claro que eu satirizo um pouco né? Então,nada de achar que o evento é ruim. Muito pelo contrário,é um dos poucos que valoriza os estudantes de arte do país. Eu que não me adaptei meeeesmo. Quem sabe numa próxima oportunidade né? :D

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Declaro aberta a temporada : Meus 3 dias no ENEARTE.

Parte 1:

Saí de Natal com destino à Salvador no dia 21 de setembro de 2009. Minha vontade mesmo era a de não ir,mas,como o meu projeto já havia sido aceito,e eu não poderia deixar o meu grupo na mão,as 7:00 da manhã lá estava eu pegando um vôo rumo à terra do Acarajé. Ao meu lado no avião,estava um casal de mais ou menos 40 anos,que aparentava ser de gringos. Mas ao falarem,percebi que apenas ele que era,muitos simpáticos por sinal.Err,ok,simpáticos e... apaixonados. Só sei que a pegação ao meu lado dos dois estava osso. E depois falam dos jovens né? A sorte é que eu estava na janela. Bem,amores à parte,a mulher perguntou se eu tinha uma caneta para emprestá-la. Eu não tinha,mas a aeromoça sim. Fiquei observando a mulher ao meu lado escrever algo em um guardanapo,entregar à aeromoça e falar algo no ouvido dela. 5 minutos depois,o piloto ativa o microfone e diz para todo o avião : "Happy Birthday Mr. Tom! Many good things for you from you wife that love you so much." Owwnn,confesso que achei isso mega fofo. Fofuras à parte,o avião pousou em Salvador e aquela era a munha deixa,diferentemente do não tão jovem casal que prossegueria até São Paulo.
Saindo do avião,aquele velho procedimento de pegar a mala. Não sei porque mas eu tenho a impressão de que a minha mala sempre é uma das últimas a sair,causando sempre a idéia de que a minha mala perdeu-se no caminho,tomando um outro rumo Brasil afora,até ela aparecer. Emoções são legais,mas não emoções quando você corre o risco de ficar apenas com a roupa do corpo por uma semana não é mesmo? Bem. Mochila em mãos,fui atrás de um táxi. Turista sofre... fui inventar de ir à um guichê para pegar um táxi pela singela quantia de (pasmem!) 100 reais. Tenso isso. Mas tenso do que isso,só ninguém lá saber onde era a UFBA,o Alto das Pombas nem nada. Se nem as pessoas de lá sabem onde é,como raios eu iria saber não é mesmo? Só sei que do nada,informaram ao taxista que a UFBA ficava em Federação. Logo logo eu iria me tocar que a informação estava errada. Mas isso eu só fui descobrir mais ou menos depois de 40 minutos de viagem. O desenrolar dessa história eu conto em outro post,no ENEARTE parte 2. Porque agora eu tenho que terminar um artigo pra faculdade...